quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Educação: o Brasil levou uma PISA


Mais uma vez, o Brasil apresenta um péssimo desempenho em uma avaliação internacional de qualidade de ensino. Não sou licenciado nem tenho formação em área de educação, como pedagogia. Ainda assim, acho possível tecer alguns comentários sobre um fenômeno que se arrasta a décadas: a péssima qualidade da educação brasileira. Nesta última avaliação, o desempenho de escolas particulares nem foi tão superior ao das escolas públicas.

Ao longo dos anos, fazem-se alterações cosméticas como mudar os nomes das etapas do processo de ensino, há cerca de duas décadas atrás, denominava-se 1° e 2° graus, e se denominavam séries, depois passou a ser ensino fundamental e médio, e mais recentemente, o ensino fundamental passou a ter nove anos e o médio três anos. Espera-se que este aumento de anos no ensino fundamental ajude aos menos favorecidos, boa parte dos que estudam em escolas públicas, terem um tempo mínimo de escolaridade igual ou próximo ao de alunos de escola particular.

Esquecem os nossos governantes que melhoria de ensino se constrói com uma séria política educacional, e não apenas arremedos. Quando houve a busca por universalizar o acesso ao ensino para a maior quantidade possível de jovens e crianças, gradativamente houve uma redução na qualidade, se compararmos com décadas anteriores. Claro que é fundamental universalizar o ensino, mas o modo como se fez aqui no nosso país, de forma bastante atabalhoada, uma vez que dada infraestrutura escolar, passaram os alunos a frequentar salas de aulas superlotadas.

Precisamos avançar muito em garantir acesso não só à escolarização, mas também modernizar a infraestrutura de nossas escolas públicas, ampliando o acesso a computadores com internet, bibliotecas físicas com material adequado, e o caso mais grave, para as últimas séries, um acesso a laboratórios para o ensino de ciências em geral. Mas nem só de infraestrutura se faz o ensino, reduzir a quantidade de alunos por sala, valorizar o professor. Quando se trata dessa valorização, ressalte-se o fato de que o sistema público de ensino tem instituições federais, estaduais e municipais, e entre elas há enormes disparidades, existindo algumas escolas de referência, sobretudo federais, até as mais humildes e precárias escolas de municípios mais pobres.

Com relação a reforma do ensino médio, é necessário fazer uma abordagem mais democrática das discussões. Acredito que dizer que o mau desempenho deve-se a um grande número de disciplinas sobretudo no ensino médio é uma visão simplista, mas de todo modo, talvez fosse possível agrupar algumas disciplinas que possam ter algo em comum, mas quanto ao aluno simplesmente escolher disciplinas, deveria haver uma oferta maior de atividades curriculares e extracurriculares para aí sim o aluno escolher entre elas. Há de se ressaltar que já existem as modalidades de ensino médio profissionalizante, o que é uma opção para quem tenta uma inserção mais rápida no mercado de trabalho.

Quanto ao estudo em período integral, é uma proposta interessante, no entanto não basta apenas aumentar a quantidade de horas/aula sem buscar que este tempo na instituição de ensino seja devidamente aproveitado. Integrar a família do aluno ao um maior convívio no sistema de aprendizado também é importante.

Um fato que deve ter chamado a atenção foi a utilização da palavra ensino e não educação, acredito que educação é um conceito mais amplo que não se restringe a aprendizagem de conteúdo dentro de uma escola, não que a escola não deva apenas apresentar conteúdos aos alunos, mas educar é uma tarefa que deveria ser compartilhada entre escola e família.

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